Outras Mulheres
Composição: Joyce e Paulo César Pinheiro
Composição: Joyce e Paulo César Pinheiro
Meu corpo é pedra em que nascem/Corais, sargaços e líquen/Que os homens todos me abracem/Só quero aqueles que passem/ Não quero aqueles que fiquem./Gosto, meu bem, de andar nua/Me pinto feito arco-íris/Jamais me tires da rua/Porque jamais serei tua/Se tu não me repartires./Senti paixão por um bando/Escorreguei como os peixes/Por isso eu peço que quando/Sentires que já estou te amando/Eu quero é que tu me deixes./Sou de ceder minhas graças/Não sou aquela que queres/Pertenço ao rol das devassas/Não quero que tu me faças/Igual às outras mulheres.
Devaneios
Há fome na barriga dos homens
Na cabeça pensamentos desconexos
sobre os cabelos que penteiam o vento
A música é alta, ensurdecedora
A boca já não fala
O corpo escreve em braile
Os olhos coloridos de horizonte
A pele camaleoa
De repente a vida gira e
enebriada tropeça na lua.
Ferida na espada de São Jorge
segue em frente afoita sem perceber a estrada.
Passos inexatos, precisos, tortuosos
aninha-se em braços aleatórios.
Repousa.
Sensações oníricas.
Acorda. Levanta. Segue.
Não há luta.
A água é limpa e corrente.
Há sede no ventre das mulheres.