3 de setembro de 2010

Hoje pensei nas mulheres, pensei em mim. Pensei nas escolhas femininas. Pensei na importância do matriarcado. Pensei no feminismo. Pensei nas escolhas das putas. Achei tudo femininamente digno. Achei que havia leveza nessa liberdade cheia de sinuosidades que é ser mulher.

Outras Mulheres

Composição: Joyce e Paulo César Pinheiro

Meu corpo é pedra em que nascem/Corais, sargaços e líquen/Que os homens todos me abracem/Só quero aqueles que passem/ Não quero aqueles que fiquem./Gosto, meu bem, de andar nua/Me pinto feito arco-íris/Jamais me tires da rua/Porque jamais serei tua/Se tu não me repartires./Senti paixão por um bando/Escorreguei como os peixes/Por isso eu peço que quando/Sentires que já estou te amando/Eu quero é que tu me deixes./Sou de ceder minhas graças/Não sou aquela que queres/Pertenço ao rol das devassas/Não quero que tu me faças/Igual às outras mulheres.


Devaneios

Há fome na barriga dos homens
Na cabeça pensamentos desconexos
sobre os cabelos que penteiam o vento
A música é alta, ensurdecedora
A boca já não fala
O corpo escreve em braile
Os olhos coloridos de horizonte
A pele camaleoa
De repente a vida gira e
enebriada tropeça na lua.
Ferida na espada de São Jorge
segue em frente afoita sem perceber a estrada.
Passos inexatos, precisos, tortuosos
aninha-se em braços aleatórios.
Repousa.
Sensações oníricas.
Acorda. Levanta. Segue.
Não há luta.
A água é limpa e corrente.
Há sede no ventre das mulheres.

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